domingo, 20 de abril de 2008

Per fas et nefas

Caminho por uma estrada de terra batida,vermelho desvairado,com uma extensa aleia de arvores desnudas ladeando.Seus galhos ressequidos como braços cadavericos parecem estender mãos imoveis como a pedir misericordia em seu tormento dos sem vida.É esse um rumo que segue a esconder-se dos olhos(esse mediocre mecanismo que nos embota o cerebro para novas verdades possiveis)num horizonte rutilante de possibilidades não escolhidas.O ceu pardacento carregado de nuvens plumbeas com relampagos que rasgam essa semi escuridão.Tudo tão soturno e insolito.

Promessas de chuva enchem meu coração de felicidade e agonia.Um sentimento controverso pra me manter aquecido dentro do misterio de ser quem não se reconhece em si mesmo.Havia eu e houve a muito tempo que estranhou-se numa duvida de morte.
Paro e fito tudo a minha volta.Não ha som de passaros,nem flores com a surrealidade de suas cores e seu mitico perfume.Não ha respirar de vida nem manhãs de luz avida a emprestar a humanidade algum simulacro de alma.Só o que ha é esse cheiro acre de morte ao qual pertenço cada vez mais.E o esporadico flash dos relampagos mudos numa realidade surda.
É um universo em desassossego a ser sempre outro que não se recorda do testemunho de ter sido.Onde estão as sensações vividas que como um fardo carregava comigo a me manter preso ao chão?Embriagar-se na ideia de ser nada exceto volatil.Sou imparcial a respeito do ridiculo de ter me feito gente e por que não simplesmente alguma outra coisa qualquer.Que especie de figura supomos ser.
Tão irriquieto no meu torpor de viver a ruminar o disparate das utopias.Penso eu que estou a dormir sob a sombra de uma figura desenhada.Mais me vale abrir uma cova pra me servir de alcova.

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