Como traduzir esses sentimentos residentes num instante congelado ,que hoje tão somente é uma saudade lancinante de tudo que poderia ter sentido? Saberia eu compreender o mistério absoluto que reina dentro de mim mesmo? O enigma de ser e saber da própria existência como chave de tudo aquilo que é secreto?
Aquele momento em que se podia ter dito muito mais do que caberia em coragem.O abraço tímido do morto cambaleante,que tenta se equilibrar como um trapezista preso ao circo tragicomico da vida.Quem dirá do que poderia ter sido,se todas respostas morrem em mim antes mesmo de terem nascido?Indefeso o inseto se martiriza no seu embate,contra uma lâmpada pêndula ele se lança languidamente uma outra vez.O animo se esvai entre as frestas desse lugar repleto de quinquilharias,este cafarnaum ao qual ainda chamo memoria.
O tempo é suficiente,embora não pareça ter sentido.
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