domingo, 20 de fevereiro de 2011

Li hoje cartas em mim


Li hoje cartas em mim que por não ter existido em caligrafia,se entranhou uma memoria,ressuscitou calafrio.Houve um projeto a fecundar esperança.E de antemão, o imprevisto brutal me arremessou de joelhos numa prece anti poética.O homem foi menino.Soluçou no ventre a implorar num múrmuro silêncio.Desconstruiu a si mesmo e velou sua própria morte.
Nenhuma desgraça me será maior do que a de ter nascido humano.Demasiado humano.
Alma órfã submissa ao triste enfado de ser tão só um vulto solitário.
Veria,se lhe fosse dado olhos.
Insignificância da vida que me enlouquece.O perfume volúvel do dia e a náusea espamodica da insonia.
Um tremor a formigar me o corpo.O desencanto nas entrelinhas das horas idênticas.
Arritmia das idéias.
Mão pusilanime a suportar o peso do rosto,com sua consciência implicita,da incapaciddade de tolerar o fardo do que esses olhos opacos espiam.
O universo do sonho numa interpretação abstrata.Acordei de um torpor imerso numa fadiga do sono que nunca vem.Chorei, quando me vi no espelho a refletir no exterior a metafisica daquilo que sou.
Lentidão do tempo e sua monotonia.Submissão a qual estou encarcerado.
Todos os instantes são como qualquer outro que vivi.Sinto esse cansaço mórbido e ele é em mim a conclusão de um sentimento ainda inexprimivel.
Um espaço vazio a me libertar dos delírios dessa realidade lúdica.
Exausto da lucidez que me engana eternamente.A desilusão é uma angustia que me revela.