domingo, 24 de agosto de 2008

Last night I dreamt that somebody loved me






Last night I dreamt
That somebody loved me
No hope, no harm
Just another false alarm

Last night I felt
Warm arms around me
No hope, no harm
Just another false alarm

So, tell me how long
Before the last one?
And tell me how long
Before the right one?

The story is old - I know
But it goes on
The story is old - I know
But it goes on

by: The Smiths


Descubro quão vertiginosa pode ser a queda me lançando nela.É insana e mórbida essa persistência pelo querer ser nada mais do que uma simples mentira.Nesse fragil invólucro sustentado por ossos tento não caminhar afoita.Titubeio.Minha tentativa se faz hilaria,beira o ridículo.Tento dissimular acreditando que amanhã me farei outra.Pensamentos desordenados se embaralham como peças de um quebra cabeça cheirando a mofo.Com meus pés brancos de cadáver,dedos compridos e unhas largas,vou pintando o tortuoso caminho de uma equilibrista bebada.Pés frágeis que suportam esse corpo fatigado.
As ruas enfeitadas com suas cores rutilantes de natal, luzes e artefatos que emprestam significado a uma felicidade adulterada.Humanidade clama carente de símbolos.Sinto a necessidade de convulsionar um choro atado a nó por dentro.O vento gélido é como lâmina dilacerando a carne.Meus olhos queimam,minha boca é seca e amarga como de quem degusta uma promessa.Trago pausada e profundamente o cigarro, enquanto uma solitária senhora do outro lado da rua observa vitrines num sonhar mudo e sem gestos.O desejo infinito em sempre ter algo que se possa querer.Um homem de olhar ofidico-prepotente passa por ela a comentar com ficticia surpresa a expessa camada de neve que cobre carros.Alguma coisa se perdeu no entrementes de um horizonte em desalento.
Introspectiva sigo por entre essa gente pressurosa com o deslumbre de um espírito que nada mais é que o avesso dele em si mesmo.A ecoar perpetuamente em mentes imêmores.Peça teatral que se segue a risca.Não ha improvisos no declamar triste que se estende no palco.Deixo ser meu ritmo caótico uma torrente de sentimentos imensuraveis.Não me explico.A fluir meu ódio me sinto viva,o inverso da minha paixão pelo tudo que se sustenta basicamente no nada.
Nausea.Pilulas.Taquicardia.Cigarros.Café.Insônia.
Existe saudade nos olhos de todos.Cansaço nos rostos alheios.
Pesa sobre mim as lembranças.Tudo a realizar-se independente da minha vontade.Que cheia de magoa se aproxima em sevicias.O passado acende seus farois distantes num oceano de ausencia.Minha reflexão abstrada banhando-se em lagrimas.Perco o foco.
Minuto a minuto uma duvida aflora nessa paisagem tremula de fantasmas a usar mascaras.E eu aqui,a amar esse antagonismo das minhas sensações.O frio continuara no passar das horas.Me apavoro com o misterio de tornar-me humana.
O comboio de corpos febris,imersos em suas banalidades vagueia pela noite cheia de fugazes amores e extase.De beijos obscenos.A imensidão na qual me perco é uma fome por tudo o que me fere com unhas.
Nunca mais se ouvirá o cair das folhas secas.
Assisto o acontecer explosivo que rebenta ao redor e me sufoca.Deparo-me com a ideia que sempre morou em mim e apressamo-nos de mãos dadas.O resto é a mesma coisa,por dentro e por fora.Uma tosse seca e um estremecimento.Os carros velozes,os bebados de esquina.
Doi-me dentro de mim e embora soubesse pra onde correr,ha sempre muros a cercear me.Dobro os joelhos nessa calçada fria,coberta de neve,com suas lojas a vender inquietações e anseios.
Olhos turvos.
Sinto um abraço.
Caem as folhas secas.

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